O controle do melasma é um assunto que está sempre em pauta nos consultórios dermatológicos e uma de minhas especialidades é justamente ajudar no clareamento das manchas.
É quase impossível não conhecer pelo menos uma pessoa que sofra com essas manchinhas amarronzadas que surgem geralmente na região da face, mas podem acometer também a região dos braços e colo.
Vale lembrar que o melasma não tem cura e é muito diferente de outras manchas. Existem muitos mitos em relação a esse tema e até mesmo a ampla divulgação sobre tratamentos caseiros, mas cuidado com o que lê por aí!
Nesse artigo, trago verdades importantes para você que precisa e quer controlar o melasma.
1. CAUSAS DO MELASMA
O melasma tende a aparecer em peles que tem fototipo mais alto, ou seja, uma tendência maior a pigmentação. Ainda não é definida a causa originária, mas sabe-se que está intimamente ligado à exposição solar, ao desequilíbrio hormonal, genética familiar, estresse e à produção exagerada do pigmento produzido pelos melanócitos.
A hiperpigmentação acontece quando o corpo pretende “defender” a pele de agentes externos (agressão a pele, raios solares, luz visível…) Ocorre um aumento da atividade de melanócitos (células que produzem melanina) o que reflete em um acúmulo de pigmento.
Esse pigmento pode acumular-se em 2 níveis na pele, na sua derme e epiderme, caracterizando os seguintes tipos de melasma:
Melasma epidérmico: como o próprio nome diz, a formação de melanina se instala na primeira camada da pele e tem a função de proteger o corpo das agressões externas.
Melasma dérmico: neste caso, o melasma atinge uma camada um pouco mais profunda da pele – a derme, localizada entre a epiderme e a hipoderme – o que torna as manchas mais difíceis de serem tratadas.
E ainda podemos observar o melasma misto, que é a presença de ambos os tipos de melasma em um mesmo indivíduo.
Esses graus e profundidade de manchinhas podem ser diagnosticados em consulta médica, através do raio x da pele, mas uma dica que ajuda desde já na prevenção de novas manchas é o uso de protetor solar sempre!
2. COMO O PROTETOR SOLAR AJUDA?
Os raios UV, por sua natureza, estimulam a produção de melanina na pele. Quando você se expõe ao sol sem proteção, geralmente tem a sensação de “queimar” e a pele fica mais “morena”, certo? Esse processo nada mais é do que sua pele produzindo uma proteção contra a radiação que encontramos no sol, que pode ser UVA ou UVB.
UVA: É a radiação responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), é o tipo de radiação que atravessa nuvens, vidro e claro, a epiderme, gerando um contato profundo com as nossas células, produzindo radicais livres que prejudicam a saúde da nossa pele, podendo provocar lesões de pele provocadas pela radiação e também o envelhecimento.
UVB: Esse tipo representa apenas 5% da radiação que chega a Terra, mas é ela a responsável pelo bronzeamento e queimaduras, bem como pelas reações alérgicas e câncer cutâneos.
Luz visível: É a radiação que devemos nos proteger mais, quando o assunto é melasma e manchas. A luz visível está em toda parte, inclusive nas luzes artificiais e nas telas de computadores e celulares, considerada a grande vilã do melasma.
Por isso, é muito importante proteger a pele simultaneamente dos UVA e dos UVB e da luz visível, também associar essa proteção ao uso de antioxidantes tópicos e orais.
O tipo de protetor mais indicado para quem tem melasma é justamente o mineral (ou físico) e vamos entender um pouco mais sobre.
Protetor químico: Geralmente está associado a agentes clareadores e protege a pele absorvendo a energia da radiação solar recebida, ou seja, ele é um protetor que interage com a pele, transformando os raios UVA e UVB em baixa energia.
Protetor físico (mineral): Não interage com a pele e cria uma proteção externa, fazendo com que os raios UVA e UVB reflitam de volta ao entrar em contato com a pele. Essa capacidade reflexiva se dá pela substância dióxido de titânio e / ou óxido de zinco, que são substâncias inclusive presentes em maquiagens. Os filtros físicos ajudam na proteção também contra a luz visível, presente nos raios solares e também em equipamentos eletrônicos, como celulares, computadores e tablets e como não interage com a pele é indicado para peles sensíveis e até bebês.
3. COMO CONTROLAR? CONHEÇA ALGUMAS DICAS!
• Escolha sempre o filtro mineral (físico) que tem base, ele pode substituir sua maquiagem do dia a dia, além de proteger contra a luz visível. Os cuidados de proteção precisam acontecer até dentro de casa.
• O ideal é evitar a ida à praia, mas se você não dispensa um mergulho no mar, lembre de sempre repor seu filtro, usar viseira de aba larga, camisa UV e utilizar filtro solar também no corpo! Sim, não adianta proteger somente seu rosto; uma vez que seu corpo está desprotegido, seu melasma (mesmo sendo no rosto) pode piorar!
• Pele sempre hidratada: Beber água e evitar descamações muito intensas na pele, como peelings em excesso. O uso de água termal também ajuda nesse equilíbrio.
Existem diversas opções para o controle das manchinhas e sempre digo que o sucesso do tratamento é um combinado entre um bom diagnóstico, conhecimento médico aliado à tecnologias e disciplina do paciente em casa. Todo protocolo de tratamentos precisa ser pensado e criado de forma individual. Essa história de “copiar e colar” as dicas da amiga pode piorar suas manchinhas devido ao efeito rebote. Tem vontade de cuidar do seu melasma? Saiba mais clicando aqui.